sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Que prefeitos...

Chegamos às eleições (não! não as dos Estados Unidos, as nossas mesmo, para prefeito...), e, com elas, voltamos às dúvidas, ou melhor, à dúvida, aquela dúvida primordial que nos assola a cada dois anos: em quem votar?

Bom, como eu também sou tomado periodicamente por essa dúvida, resolvi escrever aqui no mamão e deixar você analisar a situação, comentando ou não esse texto: o importante é que você pense bem (não me venha com Adriely Fatal, por favor!).

Agora, deixe-me expor aqui um pequeno comentário sobre os candidatos. Vamos começar com aqueles em quem você não vai votar, até porque você nem lembra bem o nome deles. O candidato Aguiar, a meu ver, não apresenta nenhuma proposta real, ele apenas diz um bocado de "coisas" de que, segundo ele, você precisa, e acha que, como você não consegue acompanhar sua verborragia, vai acabar votando nele. No final, é claro, o bom e velho "Obrigado, Fortaleza". Depois vem o pastor Nelson, que plagia descaradamente o ronda do quarteirão, lançando uma proposta que poderia até garantir uma eleição para vereador, focando em um único bairro e nas comunidades evangélicas que seguem sua mesma linha, mas prefeito, não. Para encerrar esse bloco e partir para os candidatos reais, temos aquele candidato de cujo nome, confesso, nem me lembro, só sei que o número dele é 21.

Pois bem, falemos dos candidatos em que você realmente cogita votar. Renato Roseno. Para surpresa de muitos (minha, inclusive), Roseno não se candidatou a vereador, como muitos especulavam, mas arriscou uma candidatura para prefeito. Deixando de lado dissidências socialistas e capitalistas, o rapaz pode até ter mesmo boa vontade (e eu não estou dizendo que tem), mas passa a imagem de alguém que, se chegar lá, não vai saber o que fazer. Além, é claro, do velho problema da governabilidade, afinal, eu não acho que o PSOL tenha uma bancada forte o bastante para dar suporte ao governo Roseno.

Outro candidato de médio porte é Luiz Gastão. Como se candidata pela primeira vez, fica difícil apontar pontos fracos no candidato, e seu histórico como presidente do SESC acaba pesando muito, no entano, não nos esqueçamos de que, apesar de ter feito um ótimo trabalho no SESC, Gastão trabalhou como administrador empresarial, e a administração pública tem caminhos e augruras que ele ainda não conhece em profundidade.

E por falar em administrador: Adahil Barreto. Tirando o fato de que alguém que tira fotos ao lado do Lúcio não quer meu voto, Adahil também não tem se sobressaído, nem nas intenções de voto, nem nas propostas. Seu discurso se limita à afirmação de que "Fortaleza precisa de um administrador" e a algumas propostas parcas, carentes de conteúdo e de apelo às necessidades da cidade. Enfim, suas propostas acabam morrendo no curto espaço entre a televisão e nossos ouvidos.

E por falar em propostas vazias, ele, o nosso querido, Moroni Torgan! O incansável Moroni parece ter abrido mão da sua paranóia pouco convincente em relação à segurança pública (ainda me lembro da última campanha: dez mil soldados nas ruas). Agora com um tom mais brando, ele parece ter se inspirado na campanha Lula para o primeiro mandato - o Lulinha paz e amor - e agora tenta nos passar propostas teoricamente eficientes e fáceis de se implementar, como pedir dinheiro ao FMI, desconsiderando que o prefeito, por si mesmo, tem muito pouco ou nenhum poder de decisão sobre esse tipo de manobra, devendo a proposta passar por diversas esferas da administração, e que dificilmente uma cidade como Fortaleza conseguiria tais recursos.

Como em todas as eleições, há sempre um candidato que perde muito de seu tempo acusando e difamando o principal oponente, e desta vez não poderia ser diferente: Patrícia prontamente tomou esse lugar, substituindo o que poderiam ser propostas interessantes por uma série de acusações contra Luiziane. Muito recentemente, porém, ela vem tentando apresentar algumas propostas, bem como realizações suas como senadora e primeira dama do estado. Acontece que, como senadora, não fez se não propôr o aumento da licença maternidade (e somos gratos por isso), e como primeira dama - ops, primeiras damas não governam, e sim seus maridos!

A situação de Luiziane me parece aquela situação já conhecida: a gente vê um monte de defitos, não consegue listar muitas conquistas da administração, mas as pesquisas apontam para uma reeleição que bastante provável, mesmo que você, como eu, não acredite muito na imparcialidade das pesquisas. Aliás, acho que deveriam propôr uma Emenda que alterasse o mandato de prefeitos e presidentes logo para oito anos, pelo menos as reeleições não ficavam com aquele ar de "poder, não podia, mas..." Verdade seja dita, Luiziane fez duas coisas: limpou a cidade emporcalhada que Juraci deixara (eu ainda me lembro dos montes - literalmente - de lixo nas calçadas de toda a cidade), e fez shows (que na verdade foram alguns, então acho que ela fez mais de duas coisas...). Alguém pode alegar que ela tapou os buracos das ruas, mas eu tenho minhas ressalvas quanto a isso. De resto, Luiziane não fez concretizou nenhuma das propostas de sua campanha, e a nossa Fortaleza Bela só ficou bela em relação ao que Juraci fizera dela, mais ou menos como alguém que sofre um acidente e tem seu rosto desconstruído: fica bom em relação ao que estava antes, mas bom em absoluto...